Os resultados italianos são uma completa catástrofe para a esquerda. Catástrofe é a palavra certa. A Esquerda Arco Íris (que juntava a Refundação Comunista, o Partido dos Comunista Italianos, os Verdes e a Esquerda Democrática) que somava cerca de 100 deputados e valia mais de 10% passa a ZERO deputados pois ao apenas ter 3% não consegue passar a cláusula barreira de 4%. No Senado ainda pior, a cláusula de barreira é de 8% e todos os senadores "arderam". Bertinotti não tem de que se queixar - ele mesmo tinha dito que se a esquerda adopta-se a política reformista assumia a sua morte (leia aqui). Agora demitiu-se. Bertinotti não perdeu só o copyright - perdeu exactamente tudo.
A Esquerda Crítica que se tinha demarcado desta solução e assumiu um projecto próprio discordante de Bertinotti ficou-se pelos 0,5%. Mas ao menos saiu do pântano conciliador.
É a falência total da esquerda quando esta assume a política social-liberal. Quando a esquerda "com medo da direita" faz a política desta só lhe abre as portas. O caso italiano é tanto mais significativo quanto é do países da Europa que mais pujança demonstrava na esquerda e nos movimentos sociais.
Depois da Alemanha, da Grécia, da França... agora da Itália a direita cavalga por essa Europa. O que só podem ser maus pronuncios para uma Europa mais fortaleza, mais reaccionária, mais anti-democrática. Não sopram ventos de feição!
A esquerda europeia, em particular o PEE, tem reflexões a fazer.
Leia as opiniões da Esquerda Crítica aqui.
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