quarta-feira, 14 de maio de 2008

Adeus socialismo?


É assim o nome do recente artigo de Vital Moreira no Público. Um artigo cheio de falsidades e de derrotas escondidas.
Vital Moreira (VM) diz que “o socialismo democrático não se afundou juntamente com o desabamento quase universal do comunismo”. Esta frase tem vários enganos.
Em primeiro lugar o dito socialismo democrático está a ser derrotado estrondosamente em toda a Europa, as últimas eleições da França, da Itália ou da Inglaterra mostram que a vontade enorme dos partidos da Internacional Socialista em se deitarem na cama do neoliberalismo só resultou em irem parar ao tapete; depois de terem proporcionado ao capital os prazeres mais pornográficos. O caso espanhol, com alguma abertura nos costumes e nas nacionalidades, para que a burguesia moderna e liberal derrota-se a burguesia conservadora permitiu-lhe sobreviver. O caso português é o que se conhece. Mas em todos os casos são os partidos “socialistas” e social-democratas que estão a cavar a sua própria sepultura.
O segundo engano é que o comunismo enquanto projecto de poder não desabou quase universalmente – desabou mesmo universalmente. Isto porque não consideremos ditaduras como a chinesa ou a norte-coreana como experiências socialistas. Mas se o comunismo perdeu o comunismo recuperará; porque vai resgatar os ideais comunistas, vai limpar o nome das atrocidades e dos desvios e vai recompor-se como projecto emancipatório para milhões de pessoas.
VM diz que a adesão dos “socialistas” à disciplina monetária, à nova gestão pública, à competitividade empresarial… é “apenas exigência de bom governo – nada disso exige o abandono dos traços propriamente socialistas de esquerda”. Ora está à vista o bom governo, a fome alastra, o desemprego alastra, a pobreza alastra, as diferenças entre pobres e ricos alastram, os problemas ambientais alastram, a guerra tão ao jeito da “cama imperial” só alastra morte e exclusão humana. Bom governo isto? Os ditos socialistas são dos maiores derrotados da história.
E a esquerda que se lhe colou, na esperança dos governos de disputa, na esperança do mal menor saíram derrotados como eles. O exemplo italiano é paradigmático.
O futuro só pode mesmo ser da esquerda, da esquerda que não se verga, da esquerda que abra novas saídas, da esquerda que procura novas alianças contra o neoliberalismo, da esquerda que se abre aos movimentos e à energia das massas e da juventude. Aí está a vitória.

Não é uma questão de fé, é de razão material!

2 comentários:

Anónimo disse...

Esse tipo agora só tem vital idade para a demência política

Joseph disse...

Parabéns.Excelente artigo;actual e convincente.
Os ideais do comunismo estão mais vivos do nunca e despertam novamente e com mais convicção.
...as pessoas só se levantam quando caem...
E agora caem muitos com a "gemada"(não é carne nem é peixe...) do PS/Sócrates...
AVANTE por melhores dias.