terça-feira, 26 de agosto de 2008

Museu do Neo-realismo, a visitar.

O Museu do neo-realismo, situado na Rua Alves Redol em Vila Franca de Xira, merece a nossa visita. O acervo é modesto mas esta corrente político/artista está bem tratada. A literatura tem o destaque central no museu e para quem ainda não conhece a vida e a obra de autores como Soeiro Pereira Gomes ou Alves Redol não dá a visita por desmerecida. As ilustrações merecem destaque. Pela sua beleza e pelo enlace que faziam com as publicações que ilustravam. As entradas são gratuitas e podem-se tirar fotos sem flash. Pode-se aproveitar a visita e ir, um pouco mais à frente, à exposição “Vidas no Tejo” que aborda a cultura e a vivência avieira. São memórias de tempos duros, memórias de um tempo e de um povo que não podem ser esquecidas.

Exposição avieira:

Exposição neo-realista:







quinta-feira, 21 de agosto de 2008

E nome de quê se esquecem princípios?


O Avante, desta semana, publica dois artigos sobre a guerra entre a Geórgia e a Rússia. Um primeiro é uma posição do PCP, a que já aqui fizémos referência, outro é um comunicado do PC da Geórgia. Os dois criticam, e bem a envolvência do imperialismo americano, ou aventureirismo do presidente da Geórgia... Mas os dois esquecem-se de fazer qualquer crítica à Rússia, ao seu "ditador" Putin, ou à clique burguesa militarista que domina e oprime hoje o povo russo.

Ora esse esquecimento é desastroso. Não se pode combater o regime imperialista norte-americano, e a sua política, e esquecer o regime russo, e a sua política..

Como os marxistas devem evitar "comer muito queijo" cabe perguntar: em nome de que princípios marxistas se faz esse esquecimento?

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Novo blogue "A cantiga é uma arma"


Canções de vanguarda de quase todos os e as cantoras que marcaram uma época. As canções da nossa memória e da nossa emoção. "A cantiga é uma arma" para ouvir aqui.

domingo, 17 de agosto de 2008

Pódium dos direitos humanos


do portal GZnacion

Os jogos olímpicos e a pena de morte


Há imagens que são mais fortes que um míssil. Esta imagem e este post do Palácio do Marquês só pode merecer o nosso elogio.

sábado, 16 de agosto de 2008

Guerra na Geórgia - as diferenças na esquerda

As diferenças de posição na esquerda tornaram-se, com o andar dos dias, mais evidentes. Alguns sectores da esquerda centram sua crítica no governo georgiano e na sua ligação aos Estados Unidos - mas tendem a esquecer a atitude também belicista da Rússia. Em geral todos tendem a fazer a certa ligação ao controlo do petróleo e gás.
A posição cubana, compreende-se (?!), cola-se à posição russa.
No tempo em que a Rússia aderiu de pleno ao capitalismo mais selvagem uma posição mais prudente e classista seria mais avisada.
Para ler a posição do PCP aqui.
Um artigo de opinião dos bloquistas, Mário Tomé e Victor Franco, aqui.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Óh pá, Lula esqueceu!


Em tempo Lula recebeu o MST e colocu seu boné na cabeça, na realidade Lula pôs todos os chapéus na cabeça. O problema é que assim que os representantes dos trabalhadores sem terra viraram costas Lula deitou o chapéu no caixote do lixo.

Este recente comunicado do MST aí está a desmascarar a política do "novo" PT.

"A Reforma Agrária está parada em todo o país. Foi por este motivo que no mês de julho trabalhadores e trabalhadoras do MST de 12 estados do país ocuparam as ruas, sedes do Incra e fazendas, exigindo o assentamento das 140 mil famílias acampadas e investimentos públicos nos já existentes.
Acampados e assentados passam por situações difíceis. Existem famílias esperando pela desapropriação de áreas há mais cinco anos. E muitas daquelas que já conquistaram um pedaço de chão não têm acesso a crédito rural e infra-estrutura que garanta boas casas, saneamento básico, escola e hospital.
Somente a Reforma Agrária pode resolver o problema da crise dos alimentos, com a produção de verdura, legumes e frutas, baratas para a população. É por sabermos dessa condição que temos uma proposta de desenvolvimento para o campo brasileiro, que compreende, além da produção de alimentos saudáveis, a geração de emprego e justiça no campo.
Para a concretização dessa proposta, investimentos na produção dos assentamentos tornam-se imprescindíveis. Investimentos que impulsionem programas de agroindústrias para cooperativas de assentados e assistência técnica para viabilizar a produção. Dessa forma é possível gerar renda para as famílias e condições para o desenvolvimento social e econômico dos municípios.
Até o momento, os planos econômicos voltados para o campo brasileiro não foram direcionados para atender nossas expectativas para um novo modelo agrícola. Se de um lado a produção familiar e cooperativada suam a camisa para conseguir incentivos irrisórios, de outro a produção das grandes empresas estrangeiras e nacionais ligadas ao capital financeiro como Cargil, Bunge, Votorantim, Aracruz, Veracel, Suzano, Vale e Bayer vai de vento em poupa. Só no ano passado, essas transnacionais receberam do Banco do Brasil R$ 7 bilhões.
Por conta da política econômica do atual governo, de priorizar o modelo agroexportador, a agricultura camponesa – responsável pela produção de alimentos em nosso país – e a Reforma Agrária continuam sendo penalizadas. Hoje, as terras improdutivas, que deveriam ser usadas para a Reforma Agrária, estão sendo destinadas a empresas estrangeiras, para a produção de eucalipto, soja, gado e agrocombustíveis, em vez de alimentos.
O governo federal está em dívida com os trabalhadores Sem Terra, assentados, pequenos produtores e precisa cumprir seus compromissos com a reforma agrária. A Reforma Agrária não avançou e a concentração da propriedade fundiária está aumentando. A maior parte dos assentamentos compreende projetos antigos, regularização fundiária ou terras públicas.
A política de incentivo à agroexportação, o aumento do preço dos alimentos e as facilidades concedidas às transnacionais para explorar os recursos naturais e a mão de obra geram grandes tensionamentos sociais no campo.
E este é o motivo pelo qual MST e outros movimentos sociais estão sofrendo uma ofensiva de setores conservadores da sociedade. Mídia, parte do poder judiciário, aparato policial e alguns governos estaduais, não medem esforços para criminalizar os movimentos sociais do campo.
Recentemente, no Rio Grande do Sul, o Ministério Público aprovou um relatório que pede a dissolução do nosso Movimento. Em tom incriminatório, o documento condena o uso, nas escolas de assentamentos, de livros dos brasileiros de Florestan Fernandes, Paulo Freire e Chico Mendes.
Parte do processo ainda cuidou em enquadrar oito trabalhadores na Lei de Segurança Nacional da finada ditadura militar. O documento afirma, ainda, que o Movimento mantém vínculos com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). A própria Policia Federal, numa investigação já concluída desmentiu essa acusação dizendo que não há nenhum vínculo entre aquela organização revolucionaria da Colômbia com o MST.
No Pará, o advogado da CPT (Comissão Pastoral da Terra) José Batista Gonçalves Afonso foi condenado pela Justiça Federal de Marabá por participar de protestos no Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) pela Reforma Agrária. Na época, Batista assessorava o MST e a Fetagri (Federação dos Trabalhadores da Agricultura) nas negociações com o órgão. A mesma vara federal condenou outros três trabalhadores rurais a pagarem R$ 5,2 milhões à gigante da mineração Vale, por descumprirem ação que proíbe manifestações nas instalações da Ferrovia Carajás.
Neste momento em que a Reforma Agrária não avança e a repressão contra um projeto popular para o Brasil se intensifica, é de grande importância e necessário o apoio dos companheiros e companheiras da nossa luta. Continuamos firmes em nossos objetivos. "

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O negocião do petróleo e os comunistas do Brasil

O resistir.info publica um artigo que dá que pensar, Ele aborda o negocião do petróleo brasileiro, a ANP, a posição de Haroldo Lima, alto dirigente do PCdoB e chefe da ANP, tratado como "a`Rainha da Inglaterra` e `garoto propaganda` da entrega das áreas petrolíferas nos leilões, enquanto a Landmark [Halliburton, articuladora da invasão ao Iraque] é paga para acessar dados altamente estratégicos".
É mesmo de ler, aqui.
Recorda-se que o Presidente do PCdoB esteve recentemente em Portugal, retribuindo visita homónima, e deu uma entrevista (sem sal nem pimenta) ao semanário Avante que pode ser lida aqui.
Coisas que fazem pensar.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Eles comem tudo!

Visto no Ai Portugal Portugal
(desligar primeiro o som da rádio Ideal Comum)

Editorial do Correio de Cidadania

Desde que se formaram, nos inícios da história humana, os impérios dominam dividindo as nações pobres. O mesmo pode ser dito de outra forma: é a incapacidade que os pobres têm de se unirem o que permite a existência do império. As negociações comerciais da fracassada Rodada de Doha são um claro exemplo disto.
Na vã esperança de exportar produtos agrícolas para os mercados asiáticos, o Brasil acompanhou as propostas norte-americanas, repudiadas pelos países subdesenvolvidos. Ao fazê-lo, deixou a Argentina falando sozinha.
Veja-se o absurdo: os Estados Unidos deixaram claro que só abrirão um pequeno espaço a importações provenientes de países subdesenvolvidos se estes abrirem suas economias aos seus produtos industriais. Em outras palavras: se eles renunciarem a qualquer veleidade de construir uma indústria nacional. Trata-se de aceitar a situação de reversão neocolonial.
Pois bem, a Argentina, cujo parque industrial é bem menor do que o brasileiro, não topou a proposta norte-americana e o Brasil, esquecendo o acordo do Mercosul, aceitou-a prazerosamente.
Os latino-americanos têm, e com razão, uma surda queixa do descaso do Brasil em relação aos interesses do continente.
O Mercosul era (o tempo do verbo está certo) uma forma de resgatar essa dívida. Era até mais do que isso: era a única forma de conseguir um espaço mínimo de autonomia para fazer política econômica no interesse próprio e não de subordinar essas políticas às estratégias das multinacionais.
Na rodada de Doha, além do Mercosul, faleceu também o Grupo dos 20, que o Brasil capitaneou gloriosamente no Encontro de Cancún, em 2003, e entrou em coma o IBAS (Grupo formado pela Índia, Brasil e África do Sul).
Ainda há gente (até na esquerda) que admite a possibilidade de reformar o capitalismo brasileiro e de torná-lo mais autônomo e mais humano. Para refutar essa tese, não há sequer necessidade de recorrer a uma argumentação mais elaborada. Basta ver o comportamento dessa burguesia chinfrim nesse episódio.
A Rodada de Doha é mais um dos exemplos de que a esquerda precisa ter a coragem de encarar o desafio de construir com as nações latino-americanas um processo revolucionário capaz de alijar essa burguesia do poder e de fazer com que os Estados Unidos revejam a Doutrina Monroe - uma empreitada que não é para hoje nem para amanhã, mas cuja opção define a qualidade de esforço de reconstrução socialista em que estão empenhadas.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Deportar para o interior, já!

O MMS legalizou-se, finalmente. E agora anda pelas capitais de distrito a realizar conferências de imprensa para divulgar as suas ideias.
E o que são as ideias do MMS? Bem, não são nem de esquerda nem de direita. Talvez uma espécie de entremeada. A ideia mais gira foi agora lançada pelo partido na conferência de imprensa em Castelo Branco: o MMS quer repovoar o interior. Ora aqui está uma bela ideia. E como se poderá concretizar? O MMS não sabe ainda mas o nosso blogue deixa uma sugestão: todos os presos passam a estar em liberdade condicional só nos distritos do interior. Uma coisa parecida com aquela que os ingleses fizeram para a Austrália.
Com tantos presos que temos, se juntarmos as suas famílias irá um montão de gente que ficará presa sem poder sair dali. Depois têm filhos (não pode ser em Elvas que a maternidade é em Badajoz), crescerão e multiplicar-se-ão.
O MMS quer ainda arranjar responsáveis regionais. Desconhece-se se o cargo é remunerado, porque se o for vai ser uma corrida ao lugarzinho – com tanto desemprego que há por aí.
Ah e as candidaturas são só para:
" Aveiro,
Beja,
Braga,
Bragança,
Castelo Branco,
Coimbra,
Évora,
Faro,
Guarda,
Leiria,
Lisboa,
Portalegre,
Porto,
Santarém,
Setúbal,
Viana do Castelo,
Vila Real,
Viseu,
Região Autónoma dos Açores,
Região Autónoma da Madeira,
Núcleo de Emigrantes. "
Inscreva-se aqui

sábado, 2 de agosto de 2008

Com o regime não se brinca!

Nas minudências do novo projecto açoriano, que até tinha sido aprovado por unanimidade, Cavaco lá encontrou algumas prerrogativas que lhe retiravam poder. Portanto, nada de brincadeiras com poderes presidenciais ou com possíveis portas abertas a autonomias reforçadas. E vai daí toca de fazer uma comunicação à Nação por causa do novo estatuto autonómico dos Açores. Carago!
Mais consulta, menos consulta, a coisa até se deve corrigir sem o estardalhaço mediático que Cavaco provocou. Mas parece claro que a esquerda não se demite da autonomia regional exigente e responsável.
Cavaco Silva gosta de um regime burguês estável e centralizado. Mostrou essa faceta quando “deu uma mãozinha” para fazer cair Menezes e abrir as portas à senhora que só usa o casamento para procriar.
Um regime centralizado, com uma elite burguesa responsável e estável perante o regime, é um ponto de honra na estrutura mental de Cavaco.

Introdução à filosofia de Marx


Introdução à filosofia de Marx
Sérgio Lessa e Ivo Tonet
ISBN: 978-85-7743-073-4Número de páginas: 128Preço: R$ 13,00
Os homens são o que eles se fazem a cada momento histórico. A reprodução da sociedade burguesa produz individualidades essencialmente burguesas. Contudo, reconhecer esse fato não significa afirmar que a essência mesquinha do homem burguês seja a essencia imutável da humanidade. Demonstra Marx que, tal como a humanidade se fez burguesa, ela também pode se fazer comunista. Por isso, dizem os revolucionários, o capitalismo não é o fim da história.Entre a sociedade burguesa e a sociedade comunista não há nenhum outro obstáculo senão as próprias relações sociais.

compre no site da Editora Expressão Popular