A esquerda está a reagir de forma diversa ao Tratado Reformador.
Uns insistem na perda de poder dos países pequenos com o novo método de votação por duplas maiorias, na perda de deputados, na perda das presidências rotativas. Partindo de uma visão nacionalista Portugal perdeu, perdeu independência, perdeu soberania.
Outros reagem insistindo na origem anti-democrática do Tratado, que esconde do povo a sua real substância e faz da vacuidade socrática a unidade das burguesias europeias; utilizem elas partidos socialistas ou conservadores como correia de transmissão.
Em verdade a ausência de democracia marca o ponto fraco destas burguesias. Antes a derrota imposta pelos povos francês e holandês só era possível prosseguir sem democracia.
A democracia convoca a discussão e a responsabilidade popular, convoca as inteligências e traz a luta de classes para o centro do conflito – porque os políticos não são todos os mesmos. É um bom ponto de partida para discutir o Banco Central Europeu e as taxas de juro que estão a ser impostas, um exército europeu e as guerras imperialistas, a flexi-segurança e a destruição dos direitos dos trabalhadores…
Insistir na vertente nacional pode arregimentar gente saudosa do tempo do escudo e da existência de fronteiras em Vilar Formoso, pode diminuir espaços para que a extrema-direita não roube votos ao PCP, pode até fazer renascer ideias de saída da UE.
Na visão de cada partido, em particular PCP e BE, a oposição a este Tratado faz-se por argumentos diferentes, mas uma coisa é certa: existe um mercado único, uma burguesia europeia entrelaçada numa burguesia mundial, existe uma moeda única e um banco central. Também por isso é preciso existir um combate europeu ao capital, um combate europeu ao neoliberalismo, um combate europeu que junte forças sociais e partidos numa acumulação de forças.
Um combate que convoca os portugueses, para atacar no ponto mais fraco que a burguesia tem agora: a negação do referendo. A moção de censura que o BE anunciou é um a ideia positiva.
domingo, 21 de outubro de 2007
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1 comentário:
Então quem tem que defender a nação?
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