Editorial do Correio de Cidadania
Desde que se formaram, nos inícios da história humana, os impérios dominam dividindo as nações pobres. O mesmo pode ser dito de outra forma: é a incapacidade que os pobres têm de se unirem o que permite a existência do império. As negociações comerciais da fracassada Rodada de Doha são um claro exemplo disto.
Na vã esperança de exportar produtos agrícolas para os mercados asiáticos, o Brasil acompanhou as propostas norte-americanas, repudiadas pelos países subdesenvolvidos. Ao fazê-lo, deixou a Argentina falando sozinha.
Veja-se o absurdo: os Estados Unidos deixaram claro que só abrirão um pequeno espaço a importações provenientes de países subdesenvolvidos se estes abrirem suas economias aos seus produtos industriais. Em outras palavras: se eles renunciarem a qualquer veleidade de construir uma indústria nacional. Trata-se de aceitar a situação de reversão neocolonial.
Pois bem, a Argentina, cujo parque industrial é bem menor do que o brasileiro, não topou a proposta norte-americana e o Brasil, esquecendo o acordo do Mercosul, aceitou-a prazerosamente.
Os latino-americanos têm, e com razão, uma surda queixa do descaso do Brasil em relação aos interesses do continente.
O Mercosul era (o tempo do verbo está certo) uma forma de resgatar essa dívida. Era até mais do que isso: era a única forma de conseguir um espaço mínimo de autonomia para fazer política econômica no interesse próprio e não de subordinar essas políticas às estratégias das multinacionais.
Na rodada de Doha, além do Mercosul, faleceu também o Grupo dos 20, que o Brasil capitaneou gloriosamente no Encontro de Cancún, em 2003, e entrou em coma o IBAS (Grupo formado pela Índia, Brasil e África do Sul).
Ainda há gente (até na esquerda) que admite a possibilidade de reformar o capitalismo brasileiro e de torná-lo mais autônomo e mais humano. Para refutar essa tese, não há sequer necessidade de recorrer a uma argumentação mais elaborada. Basta ver o comportamento dessa burguesia chinfrim nesse episódio.
A Rodada de Doha é mais um dos exemplos de que a esquerda precisa ter a coragem de encarar o desafio de construir com as nações latino-americanas um processo revolucionário capaz de alijar essa burguesia do poder e de fazer com que os Estados Unidos revejam a Doutrina Monroe - uma empreitada que não é para hoje nem para amanhã, mas cuja opção define a qualidade de esforço de reconstrução socialista em que estão empenhadas.
Desde que se formaram, nos inícios da história humana, os impérios dominam dividindo as nações pobres. O mesmo pode ser dito de outra forma: é a incapacidade que os pobres têm de se unirem o que permite a existência do império. As negociações comerciais da fracassada Rodada de Doha são um claro exemplo disto.
Na vã esperança de exportar produtos agrícolas para os mercados asiáticos, o Brasil acompanhou as propostas norte-americanas, repudiadas pelos países subdesenvolvidos. Ao fazê-lo, deixou a Argentina falando sozinha.
Veja-se o absurdo: os Estados Unidos deixaram claro que só abrirão um pequeno espaço a importações provenientes de países subdesenvolvidos se estes abrirem suas economias aos seus produtos industriais. Em outras palavras: se eles renunciarem a qualquer veleidade de construir uma indústria nacional. Trata-se de aceitar a situação de reversão neocolonial.
Pois bem, a Argentina, cujo parque industrial é bem menor do que o brasileiro, não topou a proposta norte-americana e o Brasil, esquecendo o acordo do Mercosul, aceitou-a prazerosamente.
Os latino-americanos têm, e com razão, uma surda queixa do descaso do Brasil em relação aos interesses do continente.
O Mercosul era (o tempo do verbo está certo) uma forma de resgatar essa dívida. Era até mais do que isso: era a única forma de conseguir um espaço mínimo de autonomia para fazer política econômica no interesse próprio e não de subordinar essas políticas às estratégias das multinacionais.
Na rodada de Doha, além do Mercosul, faleceu também o Grupo dos 20, que o Brasil capitaneou gloriosamente no Encontro de Cancún, em 2003, e entrou em coma o IBAS (Grupo formado pela Índia, Brasil e África do Sul).
Ainda há gente (até na esquerda) que admite a possibilidade de reformar o capitalismo brasileiro e de torná-lo mais autônomo e mais humano. Para refutar essa tese, não há sequer necessidade de recorrer a uma argumentação mais elaborada. Basta ver o comportamento dessa burguesia chinfrim nesse episódio.
A Rodada de Doha é mais um dos exemplos de que a esquerda precisa ter a coragem de encarar o desafio de construir com as nações latino-americanas um processo revolucionário capaz de alijar essa burguesia do poder e de fazer com que os Estados Unidos revejam a Doutrina Monroe - uma empreitada que não é para hoje nem para amanhã, mas cuja opção define a qualidade de esforço de reconstrução socialista em que estão empenhadas.
1 comentário:
"E o que afirmam estes "comunas", antigos adoradores de Enver Hoxa e do estalinismo albanês?"
pois é tudo muito bonito.
E quando é que nos falas aqui no teu beco iluminado da verdade, dos teus tempos de trotskista "moronista" e do teu carneirismo da LIT?
Com as críticas que teces a todas essas correntes, parece que és isento de erros de análise... Ou que és o profeta, o "Arnaldo de Matos" do cosmopolismo político.
O Rui Faustino é um camaleão espectacular, venera o PCP, critica o estalinismo, venera Trotsky e reve-se no "socialismo do séc XXI" de Chavez e tem um ódio de morte ao bloco, por na altura não ter entrado no CC da Ruptura/FER, mas isso não interessa pois não Rui, isso tira-te a genica Revolucinária! Ora bem o Rui Faustino, começou também a ser um cromo de qq manifestação, como grande doutrinador que é, desloca-se a todas as ondas contestativas de maior porte, entrega os seus manifestos para despertar a CONSCIÊNCIA DE CLASSE dos operários.
O Rui Faustino não passa de um mimado sectário. Não se revê em nenhum Partido, todos eles têm direcções traidoras e depois suga tudo o que vier da América Latina, eu acredito que tenha muito conhecimento de campo para afirmar com tanta certeza o que por cá profere.
Encontra defeitos em todo o lado (tirando Chavez), saltou daqui e para ali, a nível partidário, nunca ninguém teve paciência suficiente para o aguentar, sem nunca ter sido expulso, devido à reduta significância que sempre teve, saiu em ruptura com a ruptura/fer (por exemplo), acusando a eles e ao BE de tudo e mais alguma coisa, na busca desenfreada do protagonismo...
Nessa citada onda, atropela tudo o que é conceitos, o marximo do Rui é como uma farmácia depois de uma terramoto e um tornado, encontra-se na mesma de tudo, mas tudo fora do sítio e completamente baralhado.
Tem paciência Rui, veste calças e deixa as fraldas
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