quarta-feira, 15 de agosto de 2007

O PCP, o BE e o acordo da Câmara de Lisboa


O Avante publicou recentemente um artigo onde critica o acordo entre o BE, o seu grupo de independentes, e António Costa.
Tem todo o direito e deve fazê-lo porque é da diferença de opinião que pode nascer um debate frutuoso.
Os argumentos aduzidos pelo PCP necessitam, pois, de validade política e coerência para que tenham mais força e credibilidade. E assim se fará o debate.
O referido artigo diz que “as estabilidades governativas conseguem-se não com aritméticas, mas com boas políticas”. Daqui emerge, necessariamente uma pergunta: os acordos do PCP com o PSD no Porto, Coimbra e Sintra representam acordos para boas políticas?
O vereador da CDU, Ruben de Carvalho, disse que “o acordo político entre o PS e o BE não passa assim de uma mal alinhavada tentativa de disfarçar uma evidência: toda a demagogia esquerdizante do BE foi ao fundo face à primeira possibilidade de o PS lhe oferecer umas migalhinhas de poder. O que remete para a pergunta: foi assim com o acordo do PCP quando esteve coligado com o PS na CML? Os lugares então atribuídos ao PCP em administrações das empresas municipais significavam que o PCP se vendeu por umas migalhinhas de poder?
E já agora, os acordos do PCP com o PSD para as câmaras municipais, para já não falar das muitas dezenas de acordos em assembleias municipais, juntas e assembleias de freguesia, significam que o PCP perdeu o seu anti-fascismo e o seu combate à direita?
Não havia necessidade.
A não ser que o sectarismo justifique tudo o que se tenha negado no dia anterior.

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