segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Upgrade da revolução?


As comemorações dos 90 anos da Revolução de Outubro trouxeram aos blogues e à imprensa muita informação, opinião diversa desde os assumidamente comunistas até outros cidadãos de esquerda. Vale aqui afirmar todo o extraordinário significado da Revolução de Outubro, todo o seu positivo impacto mundial, todo o seu galvanizar de uma classe trabalhadora que ganhou consciência de si.
Muito foi dito e muito ficará por dizer. É aqui que, partindo da referência do pensamento marxista, se pode colocar algo mais. Um pequeno contributo, por exemplo, partindo da reflexão sobre o problema do poder – ou seja, qual o poder que os comunistas hoje defendem e qual o seu posicionamento sobre o poder pós Outubro.
Para isso recomenda-se a leitura de “Do Estado, Poder Soviético”, de Lenine.
Começando por afirmar a especificidade russa, o momento concreto e o estado de guerra, é a partir desse livro que se sugerem apenas algumas equações, muito focadas, cuja solução merece trato:
- Poderemos dizer em Portugal que o carácter da nossa democracia (regime que desejaremos implantar) consista, ”primeiro, em que os eleitores são as massas trabalhadoras e exploradas, ficando excluída a burguesia; segundo, no desaparecimento de todas as formalidades e restrições burocráticas nas eleições, e em que são as próprias massas que determinam as normas e o prazo para as eleições, gozando de plena liberdade para revogar os eleitos; terceiro, em que se cria a melhor organização de massas da vanguarda trabalhadora, do proletariado da grande indústria, a qual lhe permite dirigir as mais vastas massas de explorados, incorporá-las numa vida política independente e educá-las politicamente baseando-se na sua própria experiência…”
Os comunistas portugueses defendem todo o poder aos sovietes, exclusão da burguesia do voto? Como se materializa num novo poder as contradições de classe? Anulam-se proibindo a sua expressão eleitoral?
- Na complexidade do actual Estado, poderemos afirmar que “o nosso objectivo é conseguir que cada trabalhador, depois de cumprir a sua tarefa de oito horas de trabalho produtivo, desempenhe de modo gratuito as funções estatais”. Até porque “só nela reside a garantia da consolidação definitiva do socialismo”?
- A “unidade eleitoral primária e a célula fundamental da edificação do Estado é, com o poder sociético, não a circunscrição territorial, mas a unidade económica de produção (a fábrica)”?

1 comentário:

Anónimo disse...

Una salutació roja i fraternal d'un comunista català. En memòria del líder del PSUC Gregorio López Raimundo, mort fa poc, exemple de lluita antifeixista i de vida dedicada a la defensa dels treballadors.