domingo, 20 de janeiro de 2008

11 notas sobre a situação política


1. Os EUA vão mostrando a crise da sua hegemonia, o fracasso da sua política externa e das guerras preventivas. Os périplos de Bush não têm conseguido impor o isolamento do Irão e uma guerra contra este país. A situação económica norte-americana continua instável com a crise do chamado mercado de sub-prime e de habitação.
2. O falhanço da conferência de Bali vem reforçar a importância estratégica da energia no controlo ambiental, no desenvolvimento e na necessidade de que seja nacionalizada e esteja ao serviço público.
3. A aprovação do Tratado de Lisboa mostrou uma unidade defensiva da burguesia europeia. O medo da democracia, o medo de que os de baixo tomem palavra e lhes estourem com o projecto fá-los unirem-se contra os povos e a sua expressão democrática.
4. As leis eleitorais são para reduzir a democracia ao rendimento mínimo e concentrar o poder ao rendimento máximo. As autárquicas pretendem encher o país de caciques locais, os salvadores da influência e do clientelismo do PSD e PS irmanados no tacho comum. As legislativas que se seguirão haverão de servir para impedir e limitar PCP, BE e até CDS no acesso à Assembleia da República e impor uma democracia que só existe para dois partidos.
5. As leis de gestão das escolas servirão para acentuar a anti-democracia, colocam os professores em minoria no conselho directivo e dão novos poderes ao caciquismo autárquico.
6. As leis de controlo de informação, na net… servirão para implantar a suspeição generalizada, o medo generalizado e mostrar que a cada momento, em qualquer lugar, a perseguição poderá cair sobre qualquer pessoa.
7. As leis de segurança interna permitem a prisão por 48h sem qualquer autorização judicial – prenda hoje, legalize depois.
8. As leis de trabalho visam implantar a bomba atómica do despedimento por inadaptação, conceito difuso para conseguir um despedimento sem justa causa – ilegal e inconstitucional – mascarado de legal. Servirá para dar, ainda mais, cabo da contratação colectiva e do movimento sindical.
9. Enquanto tudo isto, sobem os preços e baixa continuamente o poder de compra dos trabalhadores. O desaumento de 2,1% na função pública serve para continuar o roubo a estes trabalhadores e para dizer que assim deve ser no privado. As pensões ganham um critério de actualizações: em função do PIB; se este não subir acima dos 3% não há aumento. Mais as novas ganham um outro critério: o da chamada sustentabilidade, ou seja mais uma maneira de roubar dinheiro ao povo.
10. O Serviço Nacional de Saúde continua a desintegrar-se. Todos os dias chovem notícias de escândalos e mortes quiçá evitáveis. O povo saiu à rua e agora surge uma petição por um SNS de qualidade e gratuito.
11. Estamos no tempo de chamar à luta, à acção, à cidadania. É preciso protestar. O congresso da CGTP poderia ajudar a alargar a luta e a confluência de forças. Pena que as primeiras notícias não tenham esse indicador.

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