quarta-feira, 4 de junho de 2008

Alegre, o BE e o PCP


O comício festa que juntou alegristas, renovadores, católicos, independentes de esquerda e bloquistas trouxe uma novidade à luta política. Essa novidade é uma conjugação de protestos contra a política do governo. É uma novidade positiva, porque expressa a procura de uma abertura anti-neoliberal no momento em que este governo se deitou na cama para satisfazer as necessidades da burguesia.

Tal como outros PSs europeus, e outros da Internacional Socialista, o PS português assumiu o plano conservador: a guerra, a destruição dos direitos sociais e do trabalho, a destruição dos serviços públicos - em nome da sua defesa - para garantir a acumulação rápida de capital e a destruição do papel social do Estado. Essa política conduziu-os à derrota. E aqueles que a eles se lhes juntaram, como em tempos o PCFrancês e agora o PCdeI e a Refundação Comunistas, foram deitados fora com eles. Desorientaram as massas e abriram as portas à direita e à extrema-direita. Agora foram arreados do poder em toda a Europa menos, por enquanto, na Espanha e Portugal.

O PCP ficou de fora. Não tem de que se queixar. O PCP decidiu - e isso é uma escolha que só a si compete - seguir uma via própria, de afirmação própria, de acção sem alianças. Inclusivamente o PCP procurou reduzir essas alianças no movimento sindical, alterando a táctica de Álvaro Cunhal de direcção por presença orgânica mais influência, por direcção por presença orgânica maioritária. O que se passou nos sindicatos de professores é bem elucidativo. Se se respeita que o PCP faça uma manifestação própria de rua tal respeito terá que ser endereçado aos que fazem outras escolhas. A boca dos falantes é, pois, de mau gosto e só demonstra "dor de cotovelo". Mais, o que é preciso é cada vez mais falantes contra as políticas neoliberais - e se esses falantes vierem de dentro do PS ainda melhor.

2 comentários:

Anónimo disse...

O Avante diz hoje que essas coisas vão aumentar o voto no PS. Mas acho que estão enganados. A ver vamos.

Anónimo disse...

Ainda hão-de vir pedir batatinhas ao PCP