
sábado, 27 de dezembro de 2008
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Especulação: antecipar as legislativas?

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Fome, o filme

O filme traz-nos esta mítica luta dos republicanos enfrentando a "dama de ferro" e a brutal repressão prisional. Mas traz-nos ainda mais a reflexão sobre a greve da fome enquanto forma de luta. Ou até que ponto ela o é?
Veja aqui a crítica do filme. E aqui a crónica sobre o filme no Ípsilon.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
sábado, 13 de dezembro de 2008
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
sábado, 6 de dezembro de 2008
A uma educação sem a cedilha

Acima das metáforas, a sério
e contra a prática da hipocrisia,
gostava de fazer uma poesia
que fizesse cair um ministério,
o que se esmera a ser a cobra prima,
legislador em prosa de leproso,
que é um triunvirato tenebroso,
que é uma cruz que nos caiu em cima,
sem vislumbrar além do seu umbigo,
sonâmbulo que só fala consigo
e faz de conta que mais nada existe.
alcandorado no seu trono imenso,
com poder em abuso e sem o uso
elementar do mais comum bom senso.
as inexactidões dos próprios actos,
expressas nas erratas das erratas
que são os seus decretos caricatos.
há muito que os tornou ultrapassados.
Fazem sorteios e chamam-lhes concursos,
colocando o rigor nos sorteados.
em cada professor um inimigo.
O propor... não o sabem conjugar.
Só o impor... e só se for castigo.
é a medida popular e mística
que sujeita o docente à retenção
e o aluno ao sucesso da Estatística.
Querem-nos quietos a contar migalhas.
Mas de quem malbarata as suas tropas
a história diz que não ganhou batalhas.
são a troça que roça o antipático,
o atraso mental, a verborreia,
a veia irracional, o burocrático.
a raiva já subiu a titular,
mas, se nos querem cães, vão consentir-nos
o direito sagrado de rosnar.
são à razão soberbos atentados
e, ainda que cancelem, só são úteis
quando eles próprios forem cancelados.
em que a perfídia é o que mais perfilha.
A sua lucidez é um hiato.
A sua educação é sem cedilha.
Euleriano Ponati
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Governo assina acordo com o seu umbigo

O Jornal Público publica hoje uma notícia curiosa: "O Governo assinou ontem um protocolo de cooperação com o provedor para o Trabalho Temporário, a RTP, a rádio TSF e a Valentim de Carvalho para combater explorações laborais de portugueses no estrangeiro. Um dos objectivos é lançar uma campanha informativa para alertar os portugueses que pretendam trabalhar no estrangeiro acerca dos seus direitos e deveres. O provedor para o Trabalho Temporário, o deputado socialista Vitalino Canas, diz não receber muitas queixas deste género, apesar de nos últimos anos terem ocorrido diversos problemas no sector".
Há aqui duas coisas ilariantes. A primeira que o governo faça um protocolo pecisamente com o porta-voz do seu próprio partido. A segunda, a de que o dito provedor do trabalho temporário/porta-voz do partido socialista/deputado na AR não receber queixas de abusos de trabalho temporário. Ora pois claro, desde quando é que os trabalhadores se devem queixar aos defensores dos patrões?
Se os trabalhadores emigrantes estiverem à espera do apoio do provedor dos patrões poderão esperar sentados.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
à ganda prof
"Colegas,
Suponho que todos se sintam sensibilizados por sentirem que, no passado Sábado, fizeram parte de “algo maior”, que fizeram parte da história…
Pois na história, por maior e mais significativa que tenha sido a manifestação, é onde todos e cada um dos 120 000 irá ficar se, chegados às escolas, nada fizerem para mudar as coisas.
Sei que muitos se sentiram desiludidos com as consequências práticas da primeira manifestação e que muitos temem a repetição do mesmo com esta segunda manifestação. Alguns sentem-se desiludidos, ou mesmo ultrajados, com as declarações da Sr.ª ministra da Educação na televisão…Seremos assim tão ingénuos que estávamos à espera que ela viesse às televisões pedir desculpa, dizer que se tinha enganado e que se iria empenhar, connosco, no combate aos verdadeiros males do nosso ensino?! Não me façam rir!
Porque não há-de a ministra se sentir segura, se ela sabe que 90% dos professores que aos Sábados vêm gritar para as ruas chegam às escolas, na segunda-feira seguinte, e continuam a colaborar na política das aparências…
Ela conta com o nosso medo, conta com a nossa inércia, conta com o nosso “seguidismo”…Não lhe interessa resolver nada do que está mal, interessa-lhe apenas a nossa colaboração. E ela sabe que a está a ter em centenas de escolas, as mesmas de onde vieram muitos dos 120 000. A esse medo chama-se CONIVÊNCIA!
Sejamos honestos! Em causa não está a avaliação, mas TUDO o resto. Toda a política da aparência que está a conduzir o sistema de ensino público português para o mesmo caminho que o nosso famigerado sistema nacional de saúde.
Quem, de entre nós, tendo um pouco de dinheiro, não prefere recorrer a uma clínica privada do que perder horas num centro de saúde ou num hospital público?! Pois o mesmo irá acontecer ao sistema de ensino público português, caso não nos revoltemos contra esta política que, perante as dificuldades, cede.
No futuro, e o futuro é daqui a dois ou três anos, no sistema de ensino público ficarão apenas os que forem incapazes de fugir para o privado: professores e alunos.
Os meninos estão a ter maus resultados a Matemática? Não faz mal, baixa-se o nível de exigência dos exames. Os meninos ficam retidos no final do ano? Não faz mal, inventam-se dezenas de “planos” e de “justificações” e o pessoal, só para não ter que preencher a papelada, continua a “engolir sapos” e a passar os meninos todos no final de cada ano.
É necessário passar a imagem, para a opinião pública, que o governo está muito preocupado com os problemas do ensino? Inventa-se uma “avaliação burocrática de docentes” e a malta colabora, com medo, e vamos para casa todos contentes com o “Bom”…
O sistema público de ensino está a ruir a cada ano e em vez de enfrentarmos os problemas de frente e assumir o que está mal, incluindo o que está errado dentro da classe docente, continuamos a colaborar com o “sistema”…Ou seja, o “Titanic” afunda-se, mas nós continuamos a dançar ao som da orquestra…
Pois bem, se houver alguém que acredite que este sistema de avaliação vai melhorar o nosso sistema de ensino, que entregue os objectivos pessoais.
Se houver alguém que acredita que os professores que se esforçam, que sempre se esforçaram, vão ser “premiados”, que entregue os objectivos pessoais.
Se alguém acredita que os nossos colegas que sempre fizeram do ensino a sua “segunda profissão” e se gabam de usar indiscriminadamente os 102 irão ser penalizados, que entregue os objectivos pessoais.
Se alguém acredita que este processo nos irá ajudar a melhorar os nossos métodos de ensino e a ser melhores professores, que entregue os objectivos pessoais.
Se alguém acredita que este processo irá permitir detectar os nossos erros e corrigi-los, beneficiando indirectamente os nossos alunos, que entregue os objectivos pessoais.
Mas NÃO ENTREGUEM OS OBJECTIVOS POR MEDO! Não cedam à chantagem do medo e às ameaças da ministra. Todos temos muito a perder, mas há coisas que não têm preço…Uma delas é a nossa dignidade profissional.
Nós somos professores e, na nossa profissão, todos os dias somos confrontados com ameaças directas à nossa autoridade. Quando não temos mais argumentos para convencer os nossos alunos pela razão, o que é que fazemos?! Ameaçamos! É a última arma que resta, quando faltam mais argumentos…Sabemos bem como é!
Pois bem, temos uma ministra que, há muito, desistiu de nos convencer pela razão, pois nós bem sabemos da hipocrisia desta pseudo-avaliação. Que lhe resta? A ameaça…Como não pode mandar os professores para a “rua” com uma falta disciplinar, ameaça-nos com a não progressão na carreira. E nós? Nós, pelos vistos, cedemos com um sorriso nos lábios…
Seremos assim tão ingénuos que pensamos que, se alinharmos no “esquema” e entregarmos os objectivos, nada nos irá acontecer?!
Seremos tão ingénuos ao ponto de pensar que, se alinharmos com o “sistema”, o nosso emprego estará assegurado para sempre?
Será que as pessoas não compreenderam que os tempos mudaram e que já não há certezas no que toca a um emprego para toda a vida, nem mesmo para quem trabalha para o Estado?
ACORDEM e olhem à vossa volta…Estamos a entrar numa das piores crises financeiras que o mundo ocidental já conheceu… Alguém acredita que o seu emprego estará seguro indefinidamente só por não contrariar o “chefe”?! Os tempos mudaram e não voltam atrás, nem mesmo para quem é funcionário público.
A escola de Silves está cheia de pessoas normais, não de super-heróis. As pessoas que estão a boicotar a avaliação na minha escola são pessoas honestas e cumpridoras da lei. Pagam impostos e não têm cadastro criminal. Não são loucas, nem irresponsáveis e, por isso, também têm medo.
Estão habituadas a ensinar aos seus alunos e filhos a cumprir as leis. Mas sabem que antes de qualquer lei, está a lealdade e a rectidão perante as nossas mais profundas convicções.
Os professores de Silves também têm medo das repercussões que este acto de resistência pode ter nas suas carreiras, sobretudo os corajosos avaliadores que arriscam, talvez, um processo disciplinar. De onde lhes vem a coragem? De saber que pior que ter medo de não cumprir esta avaliação, é o medo de olharmos para o espelho e termos vergonha de não termos defendido a nossa dignidade profissional e os nossos alunos.
É disso que se trata, de defender a dignidade do nosso sistema de ensino. É daí que nos vem a força, das nossas convicções…Como poderíamos olhar de frente, olhos nos olhos, os nossos alunos se cedêssemos na luta pelos nossos ideais?
A ministra ameaça-nos como “meninos mal comportados” e nós claudicamos? Em Silves, não!
Não sigam o exemplo dos professores do Agrupamento Vertical de Escolas Dr. Garcia Domingues de Silves, sigam a vossa consciência. E se, perante ela, se sentirem bem em entregar os objectivos pessoais, entreguem-nos!
Nós, perante o medo, continuamos a RESISTIR! E desde que o começámos a fazer que dormimos melhor e que temos um outro sorriso…Estamos bem com a nossa consciência e isso não tem preço.
Desde que resisto, que sou MAIS FELIZ! Os meus alunos agradecem…
Pedro Nuno Teixeira Santos, BI 10081573, professor QZP do grupo 230 no Agrupamento Vertical de Escolas Dr. Garcia Domingues (Silves)
(NOTA: se alguém me quiser instaurar um processo disciplinar na sequência deste texto, agradeço o envio de um e-mail e eu envio na resposta, e com agrado, o resto dos meus dados pessoais) "
terça-feira, 18 de novembro de 2008
sábado, 15 de novembro de 2008
"os ovos ao poder"

A situação de contestação alastra-se no ensino. Os estudantes juntam-se, e bem, ao protesto; o regime de faltas é uma estupidez completa. Só fica mesmo o "lambe-botas" do Albino para dar uma ajudinha ao governo para não ficar isolado.
Mas universidades vários reitores fizeram doer ao ministro. Este portou-se mal e ajudou a que se partissem mais ovos, deve ter aprendido com o já mais.
É caso para dizer: "os ovos ao poder".
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
terça-feira, 11 de novembro de 2008
sábado, 8 de novembro de 2008
haja alguém que lute

sexta-feira, 7 de novembro de 2008
A crise em desdobramento e a relevância de Marx

domingo, 2 de novembro de 2008
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
terça-feira, 28 de outubro de 2008
A luta toda dos sindicatos contra o Código Laboral
"
Sócrates não se ensaia: no mesmo dia em que é votado o Orçamento, a maioria absoluta do parlamento aprova o Código do Trabalho. Esta coincidência é politicamente calculada mas é também simbólica, demonstrando que, em ano de recessão, o governo apresenta como solução a precarização da vida social e a promoção do desemprego, com o autoritarismo patronal.
O risco para os trabalhadores e para os sindicatos é por isso imenso. A criação de sindicatos patronais, a atemorização dos trabalhadores, a pressão conjugada do desemprego e dos juros altos, a generalização do trabalho temporário e do modelo socratista de call-centers são o preço deste Código. É por isso agora que é preciso a luta toda do movimento sindical.
Mas isso não é fácil. A UGT apoia o Código, e ainda não há força na esquerda sindical na UGT para reverter essa situação. Na CGTP, pesa ainda o facto de ter havido uma greve geral há quase dois anos e que, não tendo tido objectivos claramente centrados e mobilizadores, exauriu muita da energia que agora seria tão necessária, por imposição de uma agenda partidária desinteressada da autonomia dos sindicatos e da sua democracia. E, sobretudo, desinteressada de um processo de acumulação de forças que permitisse uma greve geral no tempo certo para tentar impedir a aprovação do código.
Mas, em qualquer caso, a central foi capaz de convocar gigantescas manifestações desde há um ano a esta parte, e essas demonstrações de força conseguiram protagonizar a agenda política e ser portadoras de alternativas. No entanto, nas vésperas da aprovação do Código, não temos nem greve nem manifestação. Em qualquer caso, as circunstâncias parlamentares são agora mais vantajosas para essa luta, porque Manuel Alegre levantou o seu voto contrário à lei, argumentando, como Jorge Leite, que se trata de uma "revisão oculta da Constituição". Assim, ficou demonstrado que há socialistas que se juntam à luta contra o código e que a maioria do Código está mais fraca.
Está convocada uma manifestação da função pública para dia 21 de Novembro, duas semanas depois da aprovação do Código. À função pública, aliás, já foi aplicado um código, tão mau ou pior do que o do privado. Em todo o caso, a manifestação reage contra a perda do poder de compra do sector público, não incluindo os trabalhadores do privado, nem abrangendo os professores que se manifestam semanas antes.
É preciso por isso reconhecer que, na situação difícil da luta dos trabalhadores, com ameaças e pressões patronais, com o medo da crise e do aumento do despedimento, com a maioria absoluta de Sócrates, a luta está insuficiente para responder ao Código. A chave da luta social é por isso a acumulação de forças, o alargamento da mobilização e da solidariedade, o esclarecimento das ameaças que estas leis representam. Uma grande manifestação de todos os trabalhadores no dia 21 poderia ser uma marca de resposta, sem sectorialismo, sem fechamento, sem desistência. Aos sindicatos pede-se a luta toda com todos os trabalhadores.
Francisco Louçã "
domingo, 26 de outubro de 2008
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
O padrão de vida do trabalhador brasileiro
Os meios de comunicação vêm afirmando que o padrão de vida do povo brasileiro tem melhorado nos últimos anos. E os defensores do modelo governista usam isso para defender o governo Lula dos que se opõem às suas diretrizes políticas. Seria verdadeira essa afirmação de que há melhor padrão de vida para o povo? A inclusão no mercado de trabalho de uma parcela que esteve desempregada anos atrás é um indicativo dessa melhora? Pois é isso principalmente que se afirma por aí.
Entretanto, segundo os dados fornecidos pela Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílios (PNDA), o salário-mínimo (SM) tem sido o teto do ganho para mais de 25 milhões de trabalhadores brasileiros, o que implica em que muitos desses 25 milhões (27,55% dos que são considerados em idade de trabalho - PEA) ganham menos que esse mínimo. Porém, em 2001 eram 18 milhões os que estavam dentro desse limite.
Portanto, muito mais trabalhadores entraram na rede dos sub-assalariados. Isso se pudéssemos considerar o atual mínimo como o salário que satisfaz as necessidades básicas de uma família padrão (casal e dois filhos menores), como estabelecido por lei.
Avançando na análise dos dados, vemos que há uma outra parcela que está um pouquinho melhor que a primeira. São os que ganham até 2 mínimos. Em 2001 eram cerca de 16,6 milhões. Hoje são praticamente 28 milhões (30,8% do PEA). Aqui também houve crescimento do número dos que entraram nesta faixa um pouco menos ruim que a primeira.
Outro dado a ser considerado é que cerca de 8% apenas têm rendimento entre 2 e 3 mínimos, isto é, até no máximo R$ 1.245,00. Há, ainda, pelo menos 9,4 milhões que declararam não ter rendimento algum.
Como contradição, a pesquisa revela que são apenas 750 mil cidadãos que têm ganho superior a 20 mínimos, portanto, acima de R$ 7.600,00 mensais.
Somando todos esses dados fornecidos, chegamos à conclusão de que mais de 72% dos trabalhadores brasileiros têm rendimentos baixos, insuficientes, portanto, para a manutenção de uma família padrão e em conformidade com os direitos básicos universalmente reconhecidos e recomendados. Para que o leitor possa ter idéia do que isso significa, devemos retomar as informações do DIEESE de que o salário mínimo, de acordo com a lei em vigor, deveria ser algo em torno de R$ 1.950,00.
Os dados da PNAD não revelam se esses que migraram de uma faixa para a outra tiveram melhoria de vida ou se seus salários foram rebaixados, jogando-os para as faixas menos favorecidas. Pelo que significam numericamente, tudo leva a crer que migraram para baixo, pois a rotatividade da mão-de-obra das últimas três décadas tem sido altíssima e, segundo todas as pesquisas, a cada novo emprego o trabalhador tem que amargar com um novo rebaixamento do seu ganho mensal.
Já dizia um "presidente" militar dos tempos da ditadura: "O Brasil vai bem. O povo vai mal." O Brasil capitalista vem crescendo, ainda que em índices inferiores ao necessário. Mas a renda socialmente produzida não é compartilhada. Vai para as mãos dos banqueiros e demais empresários nacionais e internacionais, ou para as mãos dos latifundiários exportadores, desses que exploram seus funcionários até com trabalho escravo. O que muitos não querem ver é que o padrão de vida do povo vai sendo progressivamente nivelado por baixo, até que sejamos todos párias nessa sociedade excludente e marcada pela barbárie praticada pelos poderosos, todos comandados pelo neoliberalismo internacional.
Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.
sábado, 20 de setembro de 2008
Os encarregados
Na política também há encarregados. Os encarregados do patronato mais reaccionário estão agora no governo. Eles viraram toda a casaca, eles disseram todo o dito por não dito, eles perderam toda a vergonha. Eles fizeram o trabalho mais "sujo" do patronato. Em consciência, duramente. O patronato agradeceu.
A nós só nos compete puxar pela informação e pela luta. É isso a que a esquerda se pode agora propôr. Contra os lacaios.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Brasil - vigília contra privatização do petróleo

A parvoice aprovada em Lisboa
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
O PS e a Geórgia
Mas é interessante ver o entalanço do PS. O PS quer agradar aos seus amigos imperialistas mas não pode alinhar em posições descabidas anti-Rússia devido à dependência energética de parte significativa da Europa para com a Rússia.
Já se imaginou que se o agravamento das relações com a Rússia levassem esta ao corte de energia ao norte europeu o que isso afectaria a economia, incluindo as exportações portuguesas?
O entalanço levou o PS a não reconhecer as novas repúblicas da Ossétia e da Abkázia - condenando as declarações de independência - mas a também a não reconhecer o Kosovo (Zapatero terá pedido a Sócrates?) mas aí não teve coragem de condenar.
Mas pronto, lá vamos ter 3 polícias na Geórgia para se ver que Portugal é um país muito importante. PIM!
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
A polémica congelamento salários em Espanha
"A decisión de conxelar os salarios dos altos cargos da administración e dos deputados é unha medida que semella positiva neste contexto de crise económica e, seguramente, menores ingresos pras arcas públicas. Aínda que representan moi pouco nos orzamentos autonómicos. Ten máis de simbolismo que de efecto real. E, mesmo se se quere, de recoñecer que os actuais son salarios excesivos, que sumados a outros importantes privilexios despois de exercer o cargo, afondan un trato social desigual e afortalan elites. Evidentemente hai quen merece máis ou menos estes salarios e as outras milloras anexas.Agora ben, chéirame que a pretensión real desta conxelación sexa servir como mal exemplo, é dicir, pra que se acepte unha situación semellante por parte da clase traballadora na negociación colectiva do vindeiro ano (e mentres duren os números vermellos). Digo isto, porque esta mensaxe vense inserindo na sociedade de vagar porén con teimosía por parte da patronal, do Governo central, e mesmo aceptase con matices, moi mediaticos e dirixidos á base, por CC.OO e UGT (despois de todo seria continuar co que xa fixeron cos pactos estatais de negociación colectiva nos últimos anos). A menos que, estexa trabucado, e o que se busca en verdade é que os empresarios, executivos e profesionais, moderen os seus ingresos, que nas últimas décadas aumentaron dun xeito vertixinoso, xerando unha gran estratificación social e un sector amplo cun modo de vida nunca visto (segunda casa, importantes investimentos en Bolsa, iate, varios coches de gama alta, empregada do fogar inmigrante, etc.).Hoxe os salarios só representan aproximadamente un 50% do PIB, malia que os asalariados e asalariadas son o 76,4% da povoación ocupada, e que medrou a xornada laboral e os ritmos de traballo. En 1981 os salarios recibían un 62% da renda nacional galega e os asalariados eran só un 47,25% dos ocupados (informe do Banco Bilbao. Así se entende que un 65% das familias galegas teñan problemas pra chegar a fin de mes e non aforren ren. Pretender que estes sectores (asalariados, mais tamén autónomos e pensionistas) paguen os custes da burbulla inmobiliaria e da especulación financeira, despois de ter sufrido as consecuencias máis negativas da globalización neoliberal, é perverso, indecente, inxusto, e ademais sacraliza un modelo que acentúa a desigualdade social (e territorial). A clase traballadora, cando menos a súa gran maioría, non pode facer máis austeridades das que xa realiza!!!. Non se pode aceptar a conxelación dos salarios, ou das pensións, e moito menos que non se potencien os servizos sociais básicos ou as prestacións públicas esenciais, nun intre con tantos atrancos pra miles de familias da clase traballadora. As medidas que ate hoxe se tomaron polo Governo central (algunhas delas progresistas) no seu conxunto son regresivas, favorecen ás clases dominantes, tal como reflicten os dados estatísticos, xa que os salarios aumentan un 5,5% fronte a un 9,9% que o fan os beneficios empresariais (taxa inter-anual ao mes de xuño). Tratase do menor aumento salarial nos últimos anos, mentres que os beneficios empresariais mantéñense nos topes máis altos. Hai que matizar esta afirmación, xa que non todos os empresarios recollen por igual estes beneficios. As grandes corporacións axustan os custes premendo ás pequenas e medianas empresas que lles fornecen, transferíndolles deste xeito a maior parte das consecuencias da crise, cun resultado non só negativo en rendibilidade senón que en moitos casos provocando o peche definitivo. A gran concentración do capital nas últimas décadas non se debeu exclusivamente a unha tendencia natural do mercado, contribuíu tamén en boa medida a xenerosidade de todo tipo de achegas por parte das administracións públicas especialmente coas grandes empresas (ás contratacións e formación –nunha etapa de expansión-, ás exportacións, en infraestructuras, pra anovación tecnolóxica, adxudicación de obras e servizos, etc.).Manter o poder adquisitivo dos salarios (especialmente os máis baixos), así como o das pensións e dos ingresos dos autónomos (fontaneiros, pesca, agro, etc.) non só é unha medida de redistribución da riqueza, senón de xustiza social, que ademais evita que caia o consumo dos bens básicos, aqueles que se producen esencialmente no país, e mingua o consumo daqueles que son suntuarios, que normalmente se importan, ou sexa: que mantén e xera emprego. Tampouco é aceptábel, moito menos nesta conxuntura, que se sigan potenciando os grandes grupos empresariais por medio de todo tipo de subvencións e exencións impositivas. Eses medios deben servir pra potenciar os servizos públicos e a proteción social (é urxente un salario de inserción laboral, indefinido, con formación e traballo comunitario -haino na maioría dos estados da Unión Europea-). Por suposto é esencial afortalar a actividade productiva, os servizos, a anovación tecnolóxica, o aforro enerxético, e sobre todo preparar infraestructura e actividade económica pra un mundo con escaseza de materias primas e enerxía de orixe fósil. Lembremos ademais que os salarios reais perderon poder adquisitivo por mor de moitos mecanismos paralelos. Por exemplo, co aumento dos impostos indirectos a costa de rebaixar os directos (sempre en beneficio dos máis ricos). En concreto: reducindo as cotizacións empresariais nos custes brutos dos salarios, mediante exencións fiscais que sobre todo favoreceron ás grandes fortunas, mesmo utilizando o argumento da rebaixa xeral ( reforma IRPF, patrimonio, etc.). Por último, non é valido o argumento de que a moderación salarial é necesaria pra manter a competitividade das empresas, e polo tanto o emprego. Os custes salariais son na nosa nación, Galiza, e no conxunto do Estado, moito máis baixos que os dos países da Unión Europea, e aínda así aqueles son máis ricos e con menor taxa de desemprego (na UE os salarios representaban no 2006 como media un 64% do PIB; os custes laborais na industria durante o ano 2007 foron de 35,9 euros hora en Bélxica, 33 euros en Alemaña, 19,6 no Estado español, e 9,2 en Portugal; na Galiza son un 20% inferior á media do Estado español). Tampouco serve a comparación co leste da UE, que sae de fundas mudanzas políticas, sociais e de carencias en tecnoloxía e infraestruturas, e ademais os salarios están a aumentar moi rapidamente (en Chequia é de 7,4 euros hora e en Romanía de 3,2 euros). Compre engadir ao anterior, que o petróleo e as materias primas aumentaron igual pra todos os estados que integran a Unión Europea, se a inflación é maior no Estado español é pola cobiza dos empresarios, o pouco investimento en investigación e tecnoloxía, a exportación de capitais e os excesivos gastos suntuarios. A perda do poder adquisitivo real dos salarios nos últimos anos non milloraron a competitividade, e en troques mantivéronse as tendencias dominantes, a concentrar e centralizar o capital, medrando como nunca as desigualdades de clase e entre territorios. Neste contexto, e en todo momento, hai que realizar gastos moi calculados, necesarios e que se sosteñan no tempo, e feitos na perspectiva do novo escenario económico e político global (por exemplo da multipolaridade no político que se inicia, e dos cambios económicos que insiren as potencias emerxentes). Compre ademais unha correción despois dos excesos, porén deben facela ante todo os que se beneficiaron da globalización neoliberal, e despois as clases medias acomodadas (sexa por ingresos profesionais, rendas, salarios ou pensións), nunca a maioría social que non aforra ren ao ano e chega a duras penas a final de mes. Pedir austeridade cando os beneficios empresariais dobran os aumentos salariais é aldraxante, ofensivo pra clase traballadora e negativo pra Galiza como nación."
Manuel Mera (07-09-2008)
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Lula e a despolitização da política
"(...) Na medida em que se institucionalizou excessivamente, o PT enfrenta problemas para vincular-se com fenômenos como Chiapas ou os sem-terra. O partido acaba muitas vezes preso a um calendário eleitoral e a modalidades institucionais de fazer política que limitam muito a capacidade de criação estratégica inovadora de sua parte.(...) diria que a questão da moralidade (ou imoralidade) do neoliberalismo é um assunto que devemos considerar seriamente. Quando o governo brasileiro usa bilhões de dólares para apoiar bancos e nada para garantir o direito ao emprego, a universalização da saúde e da educação, estamos diante de uma lógica brutalmente cruel. Tudo pode ser fechado no país: uma escola, um hospital, uma empresa industrial. Mas se um banco se fecha, seu teto cai sobre a cabeça de todo o povo".
Bela reflexão sobre o governo Lula, não é verdade? Precisa, sintética, objetiva e atual, como só um pensador marxista, com perspectiva revolucionária, poderia elaborar.Pois opera em ledo equívoco quem assim concluir.O texto reproduzido na abertura da página se referia – para confirmar a semelhança entre os dois – ao governo Fernando Henrique Cardoso. Foi publicado em 1999, num dos mais importantes capítulos do Pós-neoliberalismo II, excelente livro editado pela Vozes, com ensaios assinados por alguns dos mais expressivos cientistas políticos da América Latina. Trata-se da participação, em um debate final, gravado, do sociólogo Emir Sader, organizador da coletânea, com outros autores presentes na obra. Emir, isto não é mistério, era então um dos mais ardorosos defensores dos segmentos combativos do PT que, nos embates internos, já contestavam a guinada ideológica dos setores mais próximos a Lula e a Zé Dirceu, rumo aos acordos com o grande capital nacional e internacional. Ou seja; os setores ligados à Articulação e às correntes moderadas que com ela se associavam no chamado "campo majoritário", na busca de "pontos positivos" que fundassem uma "oposição propositiva" à contra-reforma, política, econômica e social, imposta pelo governo FHC.E por que o retomamos aqui? Para mais um registro da rendição absoluta do governo Lula ao neoliberalismo mais escrachado; agora reforçado pela total submissão aos caprichos dos que se incomodam com a ação da Polícia Federal quando ela se volta para os corruptos do colarinho branco? Seria perda de tempo, pela repetição do óbvio. Retomamos aqui para constatar uma das conseqüências trágicas do governo Lula naquilo que diz respeito à cooptação até mesmo de cabeças consolidadas na formulação mais avançada dos necessários processos de mobilização social que o país vê desaparecerem de forma acelerada. Mobilizações crescentemente entorpecidas pela despolitização da política, que avança célere na adesão ao mais rasteiro pragmatismo assistencialista. Retomamos para constatar o quanto de avanço nas lutas e conquistas por uma sociedade mais justa e democrática foi jogado na lata do lixo da história por conta da rendição de setores e personalidades ao mais cômodo oportunismo conjuntural. Porque, a despeito de toda a adesão do governo Lula ao neoliberalismo – agora reiterada no absurdo anúncio de privatização do Aeroporto do Galeão (entrando numa área estratégica que nem FHC ousou tocar) –, Emir Sader é apenas um exemplo de um time de intelectuais paulistas de tradição até sectária, na visão esquerdista que sempre tiveram da política, que optou por dar aval político e apoio atuante aos destrambelhos do governo Lula.Tal perverso processo tem possibilidade de ser barrado? Difícil imaginar, quando se verifica a crescente hegemonia dos interesses do grande capital nas principais estâncias do aparelho do Estado. Está aí Nelson Jobim, hoje ministro da Defesa, fazendo parceria com o atual presidente do Supremo, Gilmar Mendes, no ataque às instituições públicas que passaram a centrar fogo nos criminosos de colarinho branco. E quem são os dois, apenas para relembrar passado recente de suas biografias? Nelson Jobim, tucano emplumado que, quando ministro do STF, usou do recurso do pedido de vista para colocar na geladeira, por vários anos, o processo que obrigava os bancos a se submeterem ao Código de Defesa do Consumidor. Processo decidido contra os interesses da grande banca, tão logo conseguiu chegar à deliberação do Pleno. Quanto a Gilmar Mendes, quem vai esquecer seu papel de Advogado Geral da União no tempo do governo FHC, aquele que foi flagrado no empenho de entregar a Daniel Dantas o controle absoluto das telecomunicações privatizadas?Não pode haver dúvidas. Na despolitização da política, Luis Inácio Lula da Silva conseguiu se transformar num defensor mais eficaz dos interesses predatórios dos grandes capitais especulativos do que o foi o seu antecessor, durante o mandarinato tucano-pmdb-pefelista que nos assolou por oito trágicos anos.
Milton Temer é jornalista e presidente da Fundação Lauro Campos.
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Sr. Presidente, vá-se foder!
"Não sei se é desespero ou ignorância. Pode ser pelo convívio com as más companhias, mas eu, com todo o respeito que a "Instituição" Presidente da República merece, digo ao senhor Luis Inácio que vá se foder. Quem é ele para dizer, pela segunda vez, que tem mais moral e ética "que qualquer um aqui neste país"? Tomou algumas doses a mais do que o habitual, presidente?
Esta semana eu conheci Seu Genésio, funcionário de um órgão público que tem infinitamente mais moral que o senhor, Luis Inácio.
Assim como o senhor, Seu Genésio é de origem humilde, só estudou o primeiro grau e sua esposa foi babá. Uma biografia muito parecida com a sua, com uma diferença, a integridade. Ao terminar um trabalho que lhe encomendei, perguntei a ele quanto eu o devia. Ele olhou nos meus olhos e disse:
- Olha doutora, esse é o meu trabalho. Eu ganho para fazer isso. Se eu cobrar alguma coisa da senhora eu vou estar subornando. Vou sentir como se estivesse recebendo o mensalão.
Está vendo senhor presidente, isso é integridade, moral, ética, princípios coesos. Não admito que o senhor desmereça o povo humilde e trabalhador com seu discurso ébrio.
Seu Genésio, com a mesma dificuldade da maioria do povo brasileiro, criou seus filhos. E aposto que ele acharia estranho se um dos quatro passassem a ostentar um patrimônio exorbitante, porque apesar tê-los feito estudar, ele tem consciência das dificuldades de se vencer. No entanto, Lula, seu filho recebeu mais de US$ 2.000.000,00 (dois milhões de dólares) de uma empresa de telefonia, a Telemar. E isso, apenas por ser seu filho, presidente! Apenas por isso e o senhor achou normal. Não é corrupção passiva? Isso é corrupção Luis Inácio! Não é ético nem moral! É imoral!
E o senhor acha isso normal? Presidente, sempre procurei criar os meus filhos dentro dos mesmos princípios éticos e morais com que fui criada. Sempre procurei passar para eles o sentido de cidadania e de respeito aos outros. Não posso admitir que o senhor, que deveria ser o exemplo de tudo isso por ser o representante máximo do Brasil, venha deturpar a educação que dou a eles. Como posso olhar nos olhos dos meus filhos e garantir que o trabalho compensa, que a vida íntegra é o caminho certo, cobrar o respeito às instituições, quando o Presidente da República está se embriagando da corrupção do seu governo e acha isso normal, ético e moral?
Desafio o senhor a provar que tem mais moral e ética que eu!
Quem sabe "vossa excelência" tenha perdido a noção do que seja ética e moralidade ao conviver com indivíduos inescrupulosos, como o gangster José Dirceu (seu ex-capitão), e outros companheiros de partido, não menos gangsteres, como Delúbio, Sílvio Pereira, Genoíno, entre outros.
Lula, eu acredito que o senhor não saiba nem o que seja honestidade, uma prova disso foi o episódio da carteira achada no aeroporto de Brasília. Alguém se lembra? Era início de 2004, Waldomiro Diniz estava em todas as manchetes de jornal quando Francisco Basílio Cavalcante, um faxineiro do aeroporto de Brasília, encontrou uma carteira contendo US$ 10 mil e devolveu ao dono, um turista suíço. Basílio foi recebido por esse senhor aí, que se tornou presidente da república. Na ocasião, Lula disse em rede nacional, que se alguém achasse uma carteira com dinheiro e ficasse com ela, não seria ato de desonestidade, afinal de contas, o dinheiro não tinha dono. Essa é a máxima de Lula: achado não é roubado.
O turista suíço quis recompensar o Seu Basílio lhe pagando uma dívida de energia elétrica de míseros 28 reais, mas as regras da Infraero, onde ele trabalha, não permitem que funcionários recebam presentes. E olha que a recompensa não chegava nem perto do valor da Land Rover que seu amigo ganhou de um outro "amigo".
Basílio e Genésio são a cara do povo brasileiro. A cara que Lula tentou forjar que era possuidor, mas não é. Na verdade Lula tinha essa máscara, mas ela caiu. Não podemos suportar ver essa farsa de homem tripudiar em cima na pureza do nosso povo. Lula não é a cara do brasileiro honesto, trabalhador e sofrido que representa a maioria. Um homem que para levar vantagem aceita se aliar a qualquer um e é benevolente com os que cometem crimes para benefício dele ou de seu grupo e ainda acha tudo normal! Tenha paciência! "Fernandinho Beira-Mar", guardando as devidas proporções, também acha seus crimes normais.
Desculpe-me, 'presidente', mas suas lágrimas apenas maculam a honestidade e integridade do povo brasileiro, um povo sofrido que vem sendo enganado, espoliado, achacado e roubado há anos. E é por esse povo que eu me permito dizer: Presidente, vá se foder!
Adriana Vandoni Curvo"
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
O artigo do Avante que analisa o BE
1. Nas lutas política concreta como se tem posicionado esse partido? Posiciona-se em combate ao capitalismo? Denúncia a exploração dos trabalhadores e coloca-se ao seu lado? Rejeita propostas legislativas atentatórias da democracia ou dos interesses de classe populares? Apresenta propostas positivas para os interesses sociais e os serviços públicos? Apresenta propostas de apoio aos trabalhadores? Ataca a especulação financeira e o grande capital? Rejeita a guerra e a política imperialista?
2. Como se posiciona quando os trabalhadores estão em luta? Apoia as reivindicações da classe? Junta-se aos protestos dos trabalhadores e dos sindicatos mais combativos? Dá a cara quando a classe é fustigada pelos despedimentos, pelo desemprego ou pela precariedade? Dá a cara em apoio aos lutadores sociais? A maioria dos seus activos sindicais posiciona-se em sindicatos mais à esquerda ou alinha em sindicatos colaboracionistas?
3. Os seus documentos políticos afirmam uma política de esquerda? A sua ideologia define-se em que pilares fundamentais? A sua linha apresenta-se em demarcação do regime capitalista? Os seus estatutos são democráticos? Onde se apresenta o fio condutor da sua linha política, no campo do anti-capitalismo ou no campo do colaboracionismo?
4. Onde está a sua base de apoio? Como é a sua composição orgânica? Como reage ela à luta social e política?
O autor do citado artigo não prestou atenção a nenhum dos critérios de classe que fazem uma análise minimamente marxista - fez um trabalho desqualificado.
Esse artigo poderia ter sido um fomentador de um debate político e ideológico elevado. A esquerda, para crescer, não precisa - mas acima de tudo não deve - centrar em si própria o centro do seu ataque. Mas deve fazer luta política, esta é uma coisa boa. Divergência é uma coisa boa.
Mas desqualificação vendida a jorros é uma inutilidade. Manuel Jara só conseguiu fazer uma demonstração de incompetência.
A classe trabalhadora tem desafios e respostas a encontrar. Sendo a classe cada vez mais heterogénea e plural é natural que as respostas não sejam imediatamente coincidentes. Que haja então uma elevação no debate político e ideológico.
terça-feira, 26 de agosto de 2008
Museu do Neo-realismo, a visitar.
Exposição avieira:
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
E nome de quê se esquecem princípios?

segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Novo blogue "A cantiga é uma arma"

domingo, 17 de agosto de 2008
Os jogos olímpicos e a pena de morte

sábado, 16 de agosto de 2008
Guerra na Geórgia - as diferenças na esquerda
A posição cubana, compreende-se (?!), cola-se à posição russa.
No tempo em que a Rússia aderiu de pleno ao capitalismo mais selvagem uma posição mais prudente e classista seria mais avisada.
Para ler a posição do PCP aqui.
Um artigo de opinião dos bloquistas, Mário Tomé e Victor Franco, aqui.
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Óh pá, Lula esqueceu!

Acampados e assentados passam por situações difíceis. Existem famílias esperando pela desapropriação de áreas há mais cinco anos. E muitas daquelas que já conquistaram um pedaço de chão não têm acesso a crédito rural e infra-estrutura que garanta boas casas, saneamento básico, escola e hospital.
Somente a Reforma Agrária pode resolver o problema da crise dos alimentos, com a produção de verdura, legumes e frutas, baratas para a população. É por sabermos dessa condição que temos uma proposta de desenvolvimento para o campo brasileiro, que compreende, além da produção de alimentos saudáveis, a geração de emprego e justiça no campo.
Para a concretização dessa proposta, investimentos na produção dos assentamentos tornam-se imprescindíveis. Investimentos que impulsionem programas de agroindústrias para cooperativas de assentados e assistência técnica para viabilizar a produção. Dessa forma é possível gerar renda para as famílias e condições para o desenvolvimento social e econômico dos municípios.
Até o momento, os planos econômicos voltados para o campo brasileiro não foram direcionados para atender nossas expectativas para um novo modelo agrícola. Se de um lado a produção familiar e cooperativada suam a camisa para conseguir incentivos irrisórios, de outro a produção das grandes empresas estrangeiras e nacionais ligadas ao capital financeiro como Cargil, Bunge, Votorantim, Aracruz, Veracel, Suzano, Vale e Bayer vai de vento em poupa. Só no ano passado, essas transnacionais receberam do Banco do Brasil R$ 7 bilhões.
Por conta da política econômica do atual governo, de priorizar o modelo agroexportador, a agricultura camponesa – responsável pela produção de alimentos em nosso país – e a Reforma Agrária continuam sendo penalizadas. Hoje, as terras improdutivas, que deveriam ser usadas para a Reforma Agrária, estão sendo destinadas a empresas estrangeiras, para a produção de eucalipto, soja, gado e agrocombustíveis, em vez de alimentos.
O governo federal está em dívida com os trabalhadores Sem Terra, assentados, pequenos produtores e precisa cumprir seus compromissos com a reforma agrária. A Reforma Agrária não avançou e a concentração da propriedade fundiária está aumentando. A maior parte dos assentamentos compreende projetos antigos, regularização fundiária ou terras públicas.
A política de incentivo à agroexportação, o aumento do preço dos alimentos e as facilidades concedidas às transnacionais para explorar os recursos naturais e a mão de obra geram grandes tensionamentos sociais no campo.
E este é o motivo pelo qual MST e outros movimentos sociais estão sofrendo uma ofensiva de setores conservadores da sociedade. Mídia, parte do poder judiciário, aparato policial e alguns governos estaduais, não medem esforços para criminalizar os movimentos sociais do campo.
Recentemente, no Rio Grande do Sul, o Ministério Público aprovou um relatório que pede a dissolução do nosso Movimento. Em tom incriminatório, o documento condena o uso, nas escolas de assentamentos, de livros dos brasileiros de Florestan Fernandes, Paulo Freire e Chico Mendes.
Parte do processo ainda cuidou em enquadrar oito trabalhadores na Lei de Segurança Nacional da finada ditadura militar. O documento afirma, ainda, que o Movimento mantém vínculos com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). A própria Policia Federal, numa investigação já concluída desmentiu essa acusação dizendo que não há nenhum vínculo entre aquela organização revolucionaria da Colômbia com o MST.
No Pará, o advogado da CPT (Comissão Pastoral da Terra) José Batista Gonçalves Afonso foi condenado pela Justiça Federal de Marabá por participar de protestos no Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) pela Reforma Agrária. Na época, Batista assessorava o MST e a Fetagri (Federação dos Trabalhadores da Agricultura) nas negociações com o órgão. A mesma vara federal condenou outros três trabalhadores rurais a pagarem R$ 5,2 milhões à gigante da mineração Vale, por descumprirem ação que proíbe manifestações nas instalações da Ferrovia Carajás.
Neste momento em que a Reforma Agrária não avança e a repressão contra um projeto popular para o Brasil se intensifica, é de grande importância e necessário o apoio dos companheiros e companheiras da nossa luta. Continuamos firmes em nossos objetivos. "
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
O negocião do petróleo e os comunistas do Brasil
É mesmo de ler, aqui.
Recorda-se que o Presidente do PCdoB esteve recentemente em Portugal, retribuindo visita homónima, e deu uma entrevista (sem sal nem pimenta) ao semanário Avante que pode ser lida aqui.
Coisas que fazem pensar.
quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Desde que se formaram, nos inícios da história humana, os impérios dominam dividindo as nações pobres. O mesmo pode ser dito de outra forma: é a incapacidade que os pobres têm de se unirem o que permite a existência do império. As negociações comerciais da fracassada Rodada de Doha são um claro exemplo disto.
Na vã esperança de exportar produtos agrícolas para os mercados asiáticos, o Brasil acompanhou as propostas norte-americanas, repudiadas pelos países subdesenvolvidos. Ao fazê-lo, deixou a Argentina falando sozinha.
Veja-se o absurdo: os Estados Unidos deixaram claro que só abrirão um pequeno espaço a importações provenientes de países subdesenvolvidos se estes abrirem suas economias aos seus produtos industriais. Em outras palavras: se eles renunciarem a qualquer veleidade de construir uma indústria nacional. Trata-se de aceitar a situação de reversão neocolonial.
Pois bem, a Argentina, cujo parque industrial é bem menor do que o brasileiro, não topou a proposta norte-americana e o Brasil, esquecendo o acordo do Mercosul, aceitou-a prazerosamente.
Os latino-americanos têm, e com razão, uma surda queixa do descaso do Brasil em relação aos interesses do continente.
O Mercosul era (o tempo do verbo está certo) uma forma de resgatar essa dívida. Era até mais do que isso: era a única forma de conseguir um espaço mínimo de autonomia para fazer política econômica no interesse próprio e não de subordinar essas políticas às estratégias das multinacionais.
Na rodada de Doha, além do Mercosul, faleceu também o Grupo dos 20, que o Brasil capitaneou gloriosamente no Encontro de Cancún, em 2003, e entrou em coma o IBAS (Grupo formado pela Índia, Brasil e África do Sul).
Ainda há gente (até na esquerda) que admite a possibilidade de reformar o capitalismo brasileiro e de torná-lo mais autônomo e mais humano. Para refutar essa tese, não há sequer necessidade de recorrer a uma argumentação mais elaborada. Basta ver o comportamento dessa burguesia chinfrim nesse episódio.
A Rodada de Doha é mais um dos exemplos de que a esquerda precisa ter a coragem de encarar o desafio de construir com as nações latino-americanas um processo revolucionário capaz de alijar essa burguesia do poder e de fazer com que os Estados Unidos revejam a Doutrina Monroe - uma empreitada que não é para hoje nem para amanhã, mas cuja opção define a qualidade de esforço de reconstrução socialista em que estão empenhadas.
terça-feira, 5 de agosto de 2008
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Deportar para o interior, já!
E o que são as ideias do MMS? Bem, não são nem de esquerda nem de direita. Talvez uma espécie de entremeada. A ideia mais gira foi agora lançada pelo partido na conferência de imprensa em Castelo Branco: o MMS quer repovoar o interior. Ora aqui está uma bela ideia. E como se poderá concretizar? O MMS não sabe ainda mas o nosso blogue deixa uma sugestão: todos os presos passam a estar em liberdade condicional só nos distritos do interior. Uma coisa parecida com aquela que os ingleses fizeram para a Austrália.
Com tantos presos que temos, se juntarmos as suas famílias irá um montão de gente que ficará presa sem poder sair dali. Depois têm filhos (não pode ser em Elvas que a maternidade é em Badajoz), crescerão e multiplicar-se-ão.
O MMS quer ainda arranjar responsáveis regionais. Desconhece-se se o cargo é remunerado, porque se o for vai ser uma corrida ao lugarzinho – com tanto desemprego que há por aí.
Ah e as candidaturas são só para:
" Aveiro,
Beja,
Braga,
Bragança,
Castelo Branco,
Coimbra,
Évora,
Faro,
Guarda,
Leiria,
Lisboa,
Portalegre,
Porto,
Santarém,
Setúbal,
Viana do Castelo,
Vila Real,
Viseu,
Região Autónoma dos Açores,
Região Autónoma da Madeira,
Núcleo de Emigrantes. "
Inscreva-se aqui
sábado, 2 de agosto de 2008
Com o regime não se brinca!
Mais consulta, menos consulta, a coisa até se deve corrigir sem o estardalhaço mediático que Cavaco provocou. Mas parece claro que a esquerda não se demite da autonomia regional exigente e responsável.
Cavaco Silva gosta de um regime burguês estável e centralizado. Mostrou essa faceta quando “deu uma mãozinha” para fazer cair Menezes e abrir as portas à senhora que só usa o casamento para procriar.
Um regime centralizado, com uma elite burguesa responsável e estável perante o regime, é um ponto de honra na estrutura mental de Cavaco.
Introdução à filosofia de Marx

Sérgio Lessa e Ivo Tonet
ISBN: 978-85-7743-073-4Número de páginas: 128Preço: R$ 13,00
Os homens são o que eles se fazem a cada momento histórico. A reprodução da sociedade burguesa produz individualidades essencialmente burguesas. Contudo, reconhecer esse fato não significa afirmar que a essência mesquinha do homem burguês seja a essencia imutável da humanidade. Demonstra Marx que, tal como a humanidade se fez burguesa, ela também pode se fazer comunista. Por isso, dizem os revolucionários, o capitalismo não é o fim da história.Entre a sociedade burguesa e a sociedade comunista não há nenhum outro obstáculo senão as próprias relações sociais.
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Os crimes de Uribe
por: Pina Gonçalves
in jornal Avante! Nº 1808 24.Julho.2008
domingo, 27 de julho de 2008
Obama, a desilusão da continuidade
Depois Obama foi à França e à Inglaterra, em visitas secundárias. Estão marcados os lugares destes países, eles serão os secretários do conselho de administração. Em Inglaterra Obama reuniu não só com o caduco poder mas também com aquele que será o futuro chefe. Mais uma mensagem.
No nosso entender os conteúdos são significativos:
1. Obama mantém a pressão sobre o Irão e, portanto, poderá estar a manter o alvo da próxima guerra pois reafirma o perigo da “proliferação nuclear”.
2. Obama renova apoio a Israel e sinaliza a política de continuidade da administração americana e de continuação de cedência ao poderoso e mafioso lóbi israelita.
3. Obama reafirma a necessidade do reforço da presença no Afeganistão; reafirma a importância da política da guerra.
4. Obama identifica o terrorismo como a grande ameaça; está mantida a essência do argumento 1º sobre a guerra infinita. Mais, Obama quer maior mobilização europeia.
5. Obama quer diminuir as barreiras comerciais; esperam-se novas pressões para que os países mais pobres cedam às exigências das multinacionais para que o mercado global se complete plenamente sem mais dificuldades.
6. Por fim o futuro inquilino da Casa Branca também fala nas alterações climáticas para dar um cheirinho de esquerda.
Aqueles que, em Portugal, cedo começaram a tecer loas a Obama talvez estejam já um pouco arrependidos.
sexta-feira, 25 de julho de 2008
As Farc e as barbaridades
Por Gilvan Rocha
Lembramos muito bem quando se iniciou na Colômbia, inspirado no exemplo da revolução cubana, um movimento guerrilheiro de natureza essencialmente nacionalista. Apesar de seu caráter politicamente limitado, dentro do espírito "pátria ou morte venceremos", o movimento guerrilheiro colombiano, como tantos outros, era dotado de altos predicados morais. Os anos se passaram e, através de um processo de degradação, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - FARC - se degeneraram em decorrência de sua íntima proximidade com o narcotráfico e de outras formas de banditismo.
A direita está em festa diante dos seguidos golpes que as FARC vêm sofrendo. Aproveita esses fatos para desautorizar os que defendem o caminho insurrecional como única alternativa para se chegar ao poder, dizendo que essa época já passou. Agora é a hora da institucionalidade, hora do "socialismo constitucional" levado a cabo pela Venezuela, Bolívia, Equador, Chile, Paraguai e (por que não incluir?) o Nepal. Inclusive, o nosso sábio presidente deu uma bela aula a esse respeito dizendo que, hoje, vivemos um momento democrático e quem quiser basta se organizar politicamente e conquistar o poder.
Ora, o nosso metalúrgico - assim como a maioria dos cientistas políticos formados nas mais diversas academias burguesas para servirem, a preço de mercado, a própria burguesia - não entende que a via institucional tem nos levado, no máximo, a governos, nunca ao poder. Por seu turno, eles não explicam como se pula do governo para o poder, isto é, caso eles queiram construir um novo poder a serviço da tão sonhada emancipação da humanidade dos grilhões do capitalismo, o que não parece ser o propósito desses senhores que, pelo visto, preferem tentar conciliar o inconciliável, conciliar explorados e exploradores, o justo e o injusto, a verdade e a mentira.
As distorções na caminhada socialista, que produziram estados policiais e outras barbaridades, serviram e servem de empecilho à propaganda anticapitalista e não merecem ser defendidas, mas sim expurgadas.
Gilvan Rocha é presidente do Centro de Atividades e Estudos Políticos – CAEP , artigo publicado aqui em Correio da Cidadania
Título da responsabilidade deste blogue, no original "AS FARC"