domingo, 27 de julho de 2008

Obama, a desilusão da continuidade

Barack Obama veio à Europa fazer algumas definições importantes. Antes dos conteúdos políticos importa referenciar que Obama começou pela Alemanha para sinalizar este país como o vice-presidente do conselho de administração do império global. E aí promoveu um comício gigantesco. Esse comício mostra uma inflexão nas recepções a Bush – não houve manifs de protesto, mas de apoio. O que explica que há uma expectativa nas massas sobre quem se prevê venha a ser o novo chefe do império.
Depois Obama foi à França e à Inglaterra, em visitas secundárias. Estão marcados os lugares destes países, eles serão os secretários do conselho de administração. Em Inglaterra Obama reuniu não só com o caduco poder mas também com aquele que será o futuro chefe. Mais uma mensagem.
No nosso entender os conteúdos são significativos:
1. Obama mantém a pressão sobre o Irão e, portanto, poderá estar a manter o alvo da próxima guerra pois reafirma o perigo da “proliferação nuclear”.
2. Obama renova apoio a Israel e sinaliza a política de continuidade da administração americana e de continuação de cedência ao poderoso e mafioso lóbi israelita.
3. Obama reafirma a necessidade do reforço da presença no Afeganistão; reafirma a importância da política da guerra.
4. Obama identifica o terrorismo como a grande ameaça; está mantida a essência do argumento 1º sobre a guerra infinita. Mais, Obama quer maior mobilização europeia.
5. Obama quer diminuir as barreiras comerciais; esperam-se novas pressões para que os países mais pobres cedam às exigências das multinacionais para que o mercado global se complete plenamente sem mais dificuldades.
6. Por fim o futuro inquilino da Casa Branca também fala nas alterações climáticas para dar um cheirinho de esquerda.
Aqueles que, em Portugal, cedo começaram a tecer loas a Obama talvez estejam já um pouco arrependidos.

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