Poul Rasmussen, considerado o pai da flexi-segurança, esteve em Lisboa a convite da Multipessoal - uma empresa de trabalho temporário e outsourcing - e deu as "directivas" ideológicas com que o governo há-de "meter" a flexi-precariedade.
As entrevistas que concedeu, http://www.dn.sapo.pt/ e http://www.publico.clix.pt/, mostram as linhas mestras:
- A flexi-segurança é uma forma de tornar a vida melhor para os trabalhadores quando mudam de emprego.
- A flexi-segurança evita aumento de empregos precários.
- Trata-se de uma nova forma de beneficiar os trabalhadores.
- Se não mudamos o enquadramento, arriscamo-nos a que grande parte dos trabalhadores portugueses perca o seu emprego e não tenha oportunidade de encontrar um novo.
- Não consigo entender a hesitação de patrões e sindicatos na cooperação porque não vejo quaisquer efeitos negativos.
Este discurso mostra desde já que:
- A proibição de despedimentos sem justa causa desaparece.
- Omite que não há democracia nas empresas - pois há trabalhadores que são despedidos só por serem sindicalizados - e portanto não há negociações em pé de igualdade entre trabalhadores e patrões.
- Aumentar a precariedade não faz criar mais empregos.
- A criação de empregos não depende dos desempregados, por muito que façam procura activa, depende do poder e das decisões políticas.
- A táctica vai passar por dizer aos precários e desempregados que a culpa de não haver mais empregos é dos empregados com estabilidade.
- E vai passar pelos senhores da UGT - sempre prontinhos a vender tudo em nome da negociação, em nome do mal menor.
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