domingo, 16 de dezembro de 2007

Sócrates e a bajulação da imprensa


A atitude acrítica, e até bajuladora, com que a comunicação social tem brindado o primeiro-ministro no período da presidência europeia tem sido de bradar aos céus. Nos últimos tempos evidenciaram-se três episódios:
A conferência Europa-África destinava-se a revalidar um acordo introduzindo medidas mais gravosas para os países africanos no comércio com a Europa. Os países africanos fizeram um manguito e lá se foi o dito acordo. Para a mesma conferência a imprensa nacional alinhou nas novelas criadas em torno dos presidentes da Líbia e do Zimbabwe e abandonou o questionamento da fome, da guerra, da sobre-exploração das matérias primas pelas multinacionais, e nem sequer falou do tráfico de diamantes ou de armas que metem a Serra Leoa em guerra quase permanente. Da independência do Sara Ocidental nem uma palavra. Mas tudo foi vendido como um grande êxito.
A assinatura do Tratado Reformador transporta todo o património ideológico e político do extinto Tratado Constitucional. A linha neoliberal foi apagada, tudo se resumia a umas transferência de votos entre Estados, a um vice-presidente / ministro dos Negócios Estrangeiros e pouco mais. O secretismo foi adjectivado como uma sabedoria socrática. Esconder e enganar os povos é o máximo. Mais uma vez cantaram-se loas a Sócrates.
Agora foi a conferência de Bali. A montanha pariu um rato e as conquistas vêm em nota de rodapé. Mas agora não é só a imprensa a elogiar Sócrates. É ele mesmo que se auto-elogia. Sócrates disse que “o acordo sobre alterações climáticas alcançado sexta-feira na conferência de Bali (Indonésia) representou um triunfo da União Europeia e um bom momento da presidência portuguesa" da UE. Ou seja, um bom momento dele próprio, um triunfo dele próprio. Mais uma vez a imprensa ajuda à festa de iludir o povo.
Ao mesmo tempo começam a surgir artigos e posições dos opinion makers dizendo que Menezes está a ser um flop, não aparece, não é alternativa…
Isto tudo poderá significar que a burguesia decidiu manter Sócrates de pedra e cal? Pode ser que sim.

4 comentários:

Anónimo disse...

A tragédia humanitária na provincia do Kivu - Congo, provocou a fuga de 800 mil pessoas e vem hoje denunciada por Guterres. Mas durante a cimeira Europa-África o Sócrates esteve caladinho.

Anónimo disse...

O Guterres tem ajudado tanto os refugiados, que eles quando ouvem o nome dele até desmaiam...

Anónimo disse...

O Guterres tem ajudado tanto os refugiados, que eles quando ouvem o nome dele até desmaiam...

Anónimo disse...

O Guterres tem ajudado tanto os refugiados, que eles quando ouvem o nome dele até desmaiam...