sexta-feira, 13 de julho de 2007
Sarkozy faz OPA sobre o PSF
O Jornal Público traz hoje uma interessante notícia sobre a crise no PS francês. O título é elucidativo: Partido Socialista francês vive "crise mais grave de sempre" após derrota presidencial.
“Dominique Strauss-Kahn foi escolhido para representar a candidatura da França ao cargo de director executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Jack Lang para chefiar uma comissão governamental de reflexão sobre a reforma das instituições… Hubert Védrine, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Lionel Jospin, aceitou o convite de Sarkozy para fazer parte do trabalho de reflexão sobre o papel da França e da Europa no mundo, Bernard Kouchner já tinha sido nomeado para ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean-Pierre Jouyet, secretário de Estado para os Assuntos Europeus, e Jean-Marie Bockel, para secretário de Estado da Cooperação e da Francofonia”.
Para alguns esta passagem de altos quadros do PSF para o governo de Sarkozy poderá ser uma traição. Para outros poderá mostrar o espírito de abertura do presidente francês.
Para outros ainda, e neles me incluo, esta é apenas a consequência da fusão de políticas no centrão.
A adesão dos partidos ditos socialistas à política neoliberal tornando o poder numa rotatividade de dois partidos que são cara e coroa de uma mesma moeda, fez do centrão o lugar das políticas comuns da ditadura do pensamento único.
Na verdade, os altos quadros do PSF pensarão – com alguma razão – de que para fazer a mesma política vale mais estar num partido vencedor do que num derrotado, vale mais estar no poder do que na oposição. Se assim não fosse um dos convites não era para director do FMI, outro não era para os Negócios Estrangeiros. Além disso, no poder sempre se ganham mais umas massas e um tipo sempre é mais importante.
Por cá a OPA foi um bocado em sentido inverso: Sócrates cooptou três ex. CDSs para o seu governo e parece que se deu bem com a coisa. Mas no fundo, no fundo OPA para cá, OPA para lá a política é a mesma!
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